Este texto do Clemente Nóbrega é excelente, pois vai além das questões óbvias que levam a uma determinada sociedade ser inovadora. Pode um país conhecido pelo jeitinho brasileiro ser inovador? Um país baseado em cartórios? Eu sinceramente vou acreditar muito mais no Brasil no dia que os cartórios perderem 90% das funções que exercitam. O cartório para mim é o ápice de como um brasileiro não confia no outro, necessitando que um terceiro autentique documentos e firmas.
Month: December 2007
Eu odeio plano de negócios (business plan)!
Eu odeio plano de negócios, acho que temos um fetiche em relação aos planos de negócios. Acho também que o ensino de empreendedorismo no Brasil privilegia extremamente o plano de negócios que deveria ser uma mera ferramenta, um instrumento para levantar a discussão dos itens essenciais de uma empresa. O que acontece é que se fica tão embevecido com o instrumento – plano de negócios – que se esquece do essencial: produto e mercado.
Deixa eu relatar uma história que ilustra o meu pensamento, estava visitando uma incubadora e me apresentaram uma empresa como extremamente promissora. Eu me sento para conversar com o pessoal, o papo foi mais ou menos assim: (vou manter as características da empresa em segredo, sem constrangimentos)
- Camilo: Oi! Tudo bem? Eu soube que vocês estão desenvolvendo um sistema para X. Excelente. Posso ver o seu plano?
- Empreendedor: Ah! Sim, nós temos 3 planos de negócios! (ops! 3???)
- Camilo: Não! Eu estava falando do plano do produto. Algum tipo de especificação, cronograma. Quando vocês pensam lançar a primeira versão minimamente funcional?
- Empreendedor: Entendi. Estamos esperando lançar algo em 6 meses.
- Camilo: Que bom. Como vocês estão resolvendo a questão do problema Y (tecnologia essencial para o projeto deles)
- Empreendedor: Problema Y? Não pensamos nele ainda.
- Camilo: Uma pergunta. Vocês dizem que vão lançar algo em 6 meses e não sabem ainda como abordar o problema Y? O que vocês vão lançar em 6 meses?
- Empreendedor: Estamos discutindo o que vamos lançar em 6 meses, ainda não detalhamos.
- Camilo: Ok, valeu, boa sorte, depois conversamos.
Esta empresa ainda existe? Não. Eles tinham um monte de planos de negócios, com as palavras de moda, com planejamento financeiro com faturamento exponencial e cálculos de taxa internas de retorno com uma precisão de dois dígitos e não tinham a miníma idéia do que iriam fazer na prática.
Por causa disso que eu não me supreendo com esta pesquisa que o Guy coloca no site dele. Um estudo realizado em uma faculdade americana (Babson College) analisou 161 negócios que foram iniciados por ex-alunos. Não existiu diferença estatística no sucesso dos que iniciaram com um plano de negócios e sem um plano de negócios. A conclusão é que caso o empreendedor não precise levantar dinheiro de investidores, não existe a necessidade de escrever um plano de negócios detalhado.
Com isso devemos jogar fora os planos de negócios? Não! A questão é o fetiche (e o mercado…) em torno disso que leva os empreendedores a focarem no plano de negócios no lugar de se focar no produto, mas isso não tira a necessidade de analisar o mercado, planejar os próximos passos, ter a visão de onde se quer chegar e comunicar para a equipe o caminho a ser pecorrido. Veja este texto de Guy sobre plano de negócios e leia o manifesto The Art of Start. Em resumo:
- Perfect your pitch, then write your plan.
- Use the business-plan exercise as a way to get your team on the same page.
- Keep it short: ten to twenty pages.
- Spend no more than two weeks writing it.
- Don’t get obsessed with with details in your financial forecast because it should be one page long
Estratégias Competitivas para Pequenas e Médias Empresas de Tecnologia
Saiu o livro “Estratégias Competitivas para Pequenas e Médias Empresas de Tecnologia” que colaboro com um capítulo. No capítulo eu falo sobre o modelo de difusão de inovação do Everett Rogers que foi expandido pelo Geoffrey Moore no clássico, e infelizmente não disponível em português, Crossing the Chasm.
O que todo programador deve saber sobre memória
Quem deu a dica foi o Marcelo Toledo. Um texto do Ulrich Drepper sobre o que todo programador deveria saber sobre memória. Um excelente material adicional para qualquer curso de Sistemas Operacionais, Arquitetura de Computadores, Microprocessadores entre outros. E o melhor, completamente grátis.