Power to the people

Eu tenho um amigo que é editor de vídeo. Há dez anos para trabalhar tinha que estar empregado em uma produtora de vídeo, usando uma estação analógica ou o supra sumo do consumo uma estação de edição não linear Avid.

Da última vez que conversamos (uns cinco anos atrás) me lembro que ele estava estupefato, pois já conseguia trabalhar em casa. Com o próprio salário ele tinha comprado dois PC´s completamente equipados para trabalhar em casa. Ele era dono do seu próprio meio de produção. Não existia mais o profissional “escravo” do empresário, pois não tinha acesso ao meio de produção que somente poderia ser comprado com largas quantidades de capital (capitalista / investidor). (estou marxista hoje)

Passou o tempo. Este tipo de profissional viu que a Internet pode ser utilizada para distribuir o conteúdo que eles geram. Escritores fizeram blogs, lançam livros e são convidados pela Folha de São Paulo para assinar uma coluna. Músicos usam o MySpace. E o pessoal de vídeo usa o YouTube. Os participantes da creative class deveriam agrader a lei de Moore.

E o que três designers gráficos com quatro dias de trabalho conseguem fazer? Uma versão homemade da cena principal do Resgaste do Soldado Ryan. Vejam abaixo o making off:

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=WRS9cpOMYv0[/youtube]

O Paul Graham tem um texto com excelente sobre o assunto. Se chama The Power of Marginal. Ele comenta como o Apple II nasceu em um momento de mudança de paradigma semelhante. Quando, por causa do microprocessador, qualquer pessoa poderia construir o seu computador (HomeBrew Computer Club) e um grupo conseguiu construir uma indústria de computadores por causa disso (Apple).

Um ponto importante no texto do Paul Graham é o momento que ele discute audiência. Se você fosse um jornalista ou editor você precisa de alguem para publicar o seu texto. E a decisão de quem vai para capa é a maior forma de manipular a mídia, sem manipulação do conteúdo. Se você fosse um músico, você precisava de uma gravadora. Hoje com Internet isso muda um pouco, olhem abaixo:

Now, thanks to the Internet, they can start to grow themselves actual audiences. This is great news for the marginal, who retain the advantages of outsiders while increasingly being able to siphon off what had till recently been the prerogative of the elite.

The big media companies shouldn’t worry that people will post their copyrighted material on YouTube. They should worry that people will post their own stuff on YouTube, and audiences will watch that instead.

Murdoch já percebeu isso. Ele não processa quem disponibiliza vídeos do seu conglomerado de mídia no YouTube. Ele declarou isso na última All Things Digital realizado por Wall Mossberg do Walt Street Journal (que o Murdoch comprou…). A lógica é simples. No final as pessoas estão assistindo o conteúdo dele. Ele tem mais medo que parem de assistir o conteúdo do que roubem.

Power to the People.

One thought on “Power to the people”

  1. Considero muito positivo esse post que traça uma grande realidade dessa nova era tecnológica. Muitas mudanças estão acontecendo em toda sociedade.

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